Tenho uma certa fixação por blocos de notas… Grandes, pequenos, lisos, de linhas ou quadriculados, não resisto a comprar um de vez em quando. Tenho sempre comigo pelo menos dois blocos pequenos e uma caneta e desde há relativamente pouco tempo ando também com um estojo com várias canetas de várias cores, lápis, borracha e outros materiais para escrita e desenho. Talvez este fascínio venha do meu gosto pela escrita, não sei bem, mas é perfeitamente natural assumir que está tudo relacionado.
Muitas vezes não escrevo em papel, limitando-me a escrever apenas no meu diário digital, tudo depende da minha disponibilidade e vontade. Como agora, enquanto espero que algo termine vou escrevendo isto para o meu blog. É bom sentir esta necessidade de escrita a crescer novamente, a evoluír; É sinal que estou a recuperar o meu velho eu, e no entanto não é bem o meu “velho eu”. Estou mais a caminhar para um “novo eu”, algo semelhante ao meu “antigo eu”, com características que trago de trás, mas com coisas novas. Mais confiante, com força suficiente para superar os medos e atirar-me de cabeça para novos mundos. Não posso dizer que não tenho medo; claro que tenho medo; só não fico paralizado por esse medo.
Recentemente disseram-me algo que me deixou muito bem disposto:
“Estou orgulhosa de ti.”
Isto é uma frase que muito poucas vezes (se não quase nenhuma) ouvi na minha vida e tê-la ouvido foi fantástico, ainda mais nesta fase da minha vida. Só por isto a minha gratidão não tem limites.
…
E entretanto aconteceume aquilo que muitas vezes acontece: interromper a escrita ou o raciocíno para dar atenção a outra coisa e quando tento retomar já não me lembro do que ia a dizer. É isto e estar no meio de uma conversa, lembrar-me de algo que poderá não estar (na maior parte dos casos não está) directamente relacionado com o assunto, ou pelo menos não é uma relação lógica evidente, é apenas algo que só os meus “tico e teco” se lembram. Nessas alturas aquilo que me acontecia era não dizer nada para não interromper a conversa e eventualmente acabava por me esquecer do que era ou, muitas vezes, interrompia mesmo a conversa, o que é algo muito rude de se fazer. Recentemente comecei a experimentar tomar nota dos tópicos para mais tarde lembrar-me de falar neles. Apliquei isso num jantar e não é que resultou! A conversa estava a fluír naturalmente, lembrei-me de coisas que, na minha cabeça, tinham uma ligação lógica com o assunto em causa e para não interromper a conversa, tirei de uma caneta e tomei nota do que era, apenas tópicos, nada de extenso. Mais tarde quando o assunto corrente estava já falado, peguei nos tópicos e falei neles.